Criando um Filho Bilíngue em NY – parte 2

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Olá Pessoal

O tema do post de hoje é sobre algo que venho pensando há muito tempo. E hoje será um daqueles post des@b@fo 🙂

Quando eu engravidei do Lukinha, combinei com o Uka que aqui em casa falaríamos duas línguas: eu falaria o PORTUGUÊS e o Uka (mesmo sendo brasileiro) falaria o INGLÊS. Eu sei que quem cria um filho bilíngue costuma falar que devemos falar apenas a nossa língua materna em casa e que a outra língua a criança aprenderá quando for para a escola. Tenho amigas que fizeram isso, mas optamos por fazer do nosso jeito.

Lukinha sempre foi preguiçoso para falar, mas acredito que o desenvolvimento linguístico dele caminhou na mesma velocidade que a maioria das crianças que crescem escutando mais de 1 idioma.

Depois que Lukinha entrou na escola (com 4 anos), vimos que o inglês dele melhorou bastante e é a língua na qual ele sente-se mais à vontade para falar. E eu não posso ficar chateada, já que esta É a língua materna dele.

No final do ano passado, a professora dele conversou com a gente e disse que o Lukinha ainda fazia muita confusão de inglês com português (mistura os dois na frase) e pediu para que puxássemos mais o inglês dele. Então, comecei a falar metade inglês e metade português (não na mesma frase, para não confundir ainda mais…rs) e deu certo. A professora disse que ele deu uma melhorada MAS ainda sim, quando a avaliação dele chegou, ele estava com nota UM POUCO abaixo da média das demais crianças no quesito INGLÊS.

Quem conhece o Lukinha sabe que ele é esperto e ele entende TUDO o que a gente fala (seja em inglês ou português). Na cabecinha dele, ele ainda não consegue fazer muito esta diferenciação do que é uma língua e outra. Ele acha estranho quando o Uka fala em português com ele e pergunta porquê o pai está falando daquele jeito.

A pressão para ensinar português ao Lukinha é grande e, devo confessar, que muitas vezes fico frustrada com essa pressão. Mas gente, ele é AMERICANO (é brasileiro porque eu registrei e só foi ao Brasil UMA vez). Não penso em deixar de ensinar português pois esta é a minha língua materna e gostaria SIM que Lukinha aprendesse.

Apesar de Lukinha falar uns 80% de inglês, ele tem bastante interesse em português: adora os gibis da Turma da Mônica e sempre pede para ler e contar histórias em português. Eu não acho que eu deveria FORÇAR o menino com português GOELA abaixo. Eu já dei aulas de português para crianças e me lembro de 3 irmãos que estudavam na escola: um de 11 anos, um de 7 e uma menina de 4. Eu dava aula para o menino de 7 anos e ele CHORAVA (literalmente) em sala de aula porque não queria aprender o português. Na casa deles, o pai era brasileiro, a mãe americana, mas todos só falavam INGLÊS. O português só era falado em sala de aula. Não quero esse tipo de vibe para o Lukinha. Quero que ele aprenda a GOSTAR do português (como ele já demonstra gostar).

Não estou escrevendo aqui como psicóloga e sim como MÃE. É difícil criar um filho bilíngue. É tanto palpite do que se deve e o que não se deve fazer que, por vezes, isso pode deixar os pais confusos e frustrados 😦

Não quero que meu filho vá mal na escola. Por isso, tenho falado muito mais inglês do que português. Assim que ele dominar o inglês, pretendo SIM voltar ao português. Eu e Uka só conversamos em português e esse é um dos poucos momentos no qual o Lukinha escuta o português. Não me recuso a ler histórias e nem a cantar em português, mas gostaria sinceramente que Lukinha não sofresse com o idioma como vem acontecendo.

Eu sei que vou ouvir UM MONTE de um monte de gente que acha que filho de brasileiro, BRASILEIRINHO É. O meu não. Antes de tudo, ele é americano e mora na América. Quero que ele aprenda também os costumes dele. Sempre que posso, tento passar aquilo que sei da cultura dele. Claro que ele recebe uma grande influência da minha, mas quero que ele cresça sabendo a diferença de uma e de outra. Nossos familiares falam muito pouco com o Lukinha por skype/telefone e esse também é um dos motivos da pouca exposição dele ao idioma.

Enfim, estamos fazendo aquilo que achamos que é o certo para o nosso pequeno. Cada criança tem o seu ritmo e o seu jeito de aprender. Se estamos acertando ou errando, só o tempo dirá. Por enquanto, achamos que estamos no caminho certo 🙂 E, se no meio do caminho o negócio desandar, a gente pode repensar a nossa estratégia e mudar as nossas táticas 😉

Ah, não posso deixar de falar que Lukinha já tem voltado da escola arranhando umas palavras em ESPANHOL e FRANCÊS ❤

Por hoje é só! Vejo vocês no próximo post! Byeeeeeee

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